28.8.08

Sobre o F5 e outras coisas próprias desse vício

Sempre me fascinou muitíssimo o poder que essa tecla exercia sobre a minha vida. Não só ela como todas as inutilidades do mundo internético: horas e mais horas de MSN, ORKUT, Yahoo... F5, F5...

Claro que tudo isso traz de alguma maneira um benefício, é certo que desenvolvi um senso informático raso, mas suficiente pra me virar na maioria das situações, e uma razoável habilidade para fuçar a maioria dos programas que preciso e obter um resultado agradável. Talvez eu tenha desenvolvido alguma habilidade para os livro/capítulos disponibilizados na rede, ainda que hoje me julgue incapaz de ler um livro todo online.

Maravilha-me, igualmente, a possibilidade de economizar papel, de fazer e refazer infinitamente as coisas sem gerar tantos custos ao meio ambiente, já que o meu lixo virtual só deteriora minha própria mente.

Reconhecidas as superficiais vantagens de horas a fio na rede, posso iniciar-me nas questões para as quais não obtive resposta, se é que um dia terei. Será que algum dia eu terei menos horas online? Disponível na rede para o que pode acontecer?

Em períodos mistos, tive ora um vício mais intenso, ora um autocontrole vigiado, de seguidos nãos para minha vontade incontrolável de ver quem está disponível. Meus amigos contribuem para essa minha irracionalidade estando muito tempo online, uma vez que eu moro longe da minha terra natal, posso me justificar a mim que esse é um bom meio de manter o contato com eles.

Sim, um bom meio, mas poderia ser facilmente substituído por um email, por exemplo. Por um email que eu tenho geralmente tanta preguiça de responder, porque exige que você pare, pense sobre o que vai escrever, escreva, e se aprofunde em algumas idéias. Parece me interessar mais, o pensamento fragmentado desinteressado das conversas efêmeras do MSN.

Até quando estarei online sempre? Não sei responder a essa questão, nem mesmo a que vem antes dela: o que irracionalmente me faz ligar o computador e passar horas sentada na cadeira tendo tantas outras coisas me seduzindo em volta? E porque essa é a que me seduz mais?

Só mais uma pergunta que não consigo responder: o que busco nos apertares incessantes do F5, o que eu acho que pode realmente mudar de uma hora pra outra? O que eu procuro? uma tecla que animasse a vida? Que mudasse tudo? Talvez tenha esperança que ela possa me resgatar desse tédio.

Mas não, a vida não é tão urgente assim. Pelo menos não todos os dias, nem todas as horas.

27.8.08

às marianas da minha vida

seria esse o unico nome que me faria crer que os nomes determinam qualquer coisa na vida das pessoas... se determinam na vida dos proprietarios interferem igualmente na vida dos que compartilham da vida dos proprietários...

se falamos em compartilhar vidas... agradeço-lhes portadoras de tão esquisito nome!

lindas marianas apareceram pra me acompanhar
todas estão distantes agora...

duas em natal, uma na suecia.
queria conhecer outra por aqui...
não que substitua mas que se some...

queria conhecer outra.
mas estou sempre duvidando da capacidade de qualquer nova pessoa se equiparar a algum dos amores de minha vida!

26.8.08

Atenção!

Preste atenção.
Preste atenção!

"eu acho que pra vocês estudantes o mais importante é prestar atenção nas coisas"
- Que coisas André Luiz?

André naquela palestra aos estudantes de audiovisual supostamente sobre seu filme "Louco por Cinema" repetiu algumas vezes que deveriamos ser atentos. Atentos ao que realmente gostamos de fazer. Para em seguida fazer.

Todas as nossas decisões se expressão através das microdecisões, quero dizer que não importa que você tenha decidido emagrecer se você toma sorvete. Como pouco representa dizer xau, se no momento seguinte começa a despir-se.

***

E quando não se decide em grandes frases, mas pelos pequenos e não planejados sins e nãos? Sem saber se agira certo/errado, (assumindo que existe certo/errado, apenas assumindo, não concordando).

Preste atenção nas coisas. Preste atenção no seu pulmão e no tanto de ar que inesperadamente ele começa a suportar.

22.8.08

19.8.08

Calo-me porque as palavras, talvez, quebrem a fluidez do silêncio do universo.
momento de sentir.

18.8.08

arrumar

Acho que ainda não conseguimos entender as coisas só através do desenvolvimento de idéias, precisamos sempre estar materializando de alguma forma o que se passa na nossa mente. Precisamos dos mais variados simbolismos. Tenho uma amiga quando acabou com o namorado queimou tudo que ele lhe deu. Acho que de alguma forma ela queria incinerar suas memórias não as que estavam nas fotos a serem queimadas, se não as que não a deixavam trabalhar, pensar, dormir...

Hoje arrumei meu guarda-roupa e uma boa parte do quarto como quem arruma a vida pra começar mais um semestre. Ou arrumava, na verdade, minha vida pra começar o semestre enquanto arrumava aquelas roupas? Mas os livros estão claramente entulhados, como minhas idéias.

15.8.08

2008 ponto 2

olhei minha agenda de perfil, e, sem pudores, o marcador revelou que mais da metade do ano se foi.

14.8.08

Eh maior é Deus pequeno sou eu
O que eu tenho foi Deus quem me deu
O que eu dou é o que eu tenho
Foi Deus quem me deu

quem canta é beth carvalho!

12.8.08

packing... as always!

Primeiro você chega, depois se acomoda, e quando vc tem pra quem ligar é hora de mudar.
É mesmo?
Quando não dá pra mudar tem as viagens de fim de semana. Esse sim, o outro também.
Às vezes cansa. Nem imaginava.

Esse ano estive sempre arrumando malas. Visitei amigos de 8, 5, 3... anos que não via. Fiz amigos que já penso em quando vou reencontrar.

De alguma forma estive por toda parte.
De outra forma, não estou nunca em lugar nenhum.

mais malas!

9.8.08

lugares publicos noturnos

eu queria na cidade um lugar que desse pra andar a noite de boa. Se o parque das dunas abrisse, ou o novissimo parque da cidade, ou mesmo se a praia voltasse a ser segura, só para caminhar um pouco enquanto descobrimos melhor o que as outras pessoas pensam.


vai ver a praia foi destruida pelos empresários da orla e da rua do salsa em conjunto com os dos bares de petropoles pra o tempo inteiro termos que estar em lugares SEGUROS, sem tantas prostitutas. Nesses lugares so dá pra sentar, são meio abertos, mas eu queria ver um céu inteiro, oras.


teorias da conspiração a parte, onde se vai sem dinheiro?

6.8.08

vestindo bermuda e havaianas disse-lhe que queria ser livre. Em outra parte do mundo, vestindo camisola, ainda, ela escreveu-lhe alguns meses depois para contar-lhe sobre sua deliciosa sensação de viajar para suas expedições, coletar seus fungos e pegar a estrada de volta pra casa sem a ansiedade de esperar noticias suas, ou mensagens de infinitas saudades. Pensou que pela primeira vez, desde que se beijaram, voltar pra área em que os celulares pegam não fora motivo de angústia. (Devo, enquanto narradora, interferir pra dizer que aquela angústia era completamente desnecessária, uma vez que até eu que nada tenho a ver com a história sabia que ele não lhe escreveria.)

O cantor pergunta: aonde vou agora livre mais sem você? Não percebeu, mas não quis. A qualquer lugar, arnaldo.

nao consigo postar droga!

2.8.08

Sr. Tempo, sempre ele!

Com seu tic-tac incessante, anunciando sonecas e novas alvoradas. Nunca, nunca pára.


Mas aí, tem horas que a gente pára. Sente que é hora de esquecer desse senhor ativo e onipresente e dar lugar à outras coisas. Aí vem a chuva. O calor. Os amigos. As oportunidades que vêm sem hora certa, sem data nem TEMPO marcado. Abraços. O velho que parece novo, mesmo que só por agora.

e aí o novo-velho toma novos ares e... é tempo de morangos, Macabéia?

você tem o que dizer?


penso, às vezes, que escrevo sem ter o que dizer...

***

Sobre quanto vale ou é por quilo? Como uma boa ideia pode ser estragada em sua realização. O filme se propõe a revelar o mercado que existe por trás das boas ações. O enredo principal, enfocado em uma empresa que está desviando dinheiro de um projeto pra uma determinada favela, é interrrompido por curtas histórias da escravidão. As histórias são facilmente associaveis a enredo atual. Uma escrava que ajuda a um amiga emprestando-lhe dinheiro a juros e uma mulher que ajuda a empregada pagando a festa de casamento de sua sobrinha, e essa tem que trabalhar exorbitantemente pagar pagar a dívida.

Esquecendo o enredo principal, e nos voltando somente à história dessa empregada temos: alcolismo, criminalidade, exploração dos patrões dos funcionários menos esclarecidos, a falta de perspectiva na favela. A empregada começa o filme tomando um copinho de cerveja e no fim do filme cedo da manhã está embreagada. Esse tema foi retratado com grande naturalidade, como eu imagino que aconteça: de copo em copo. O genro de tanto ser cobrado pelos desejos consumistas e pelos sonhos da sua esposa se torna um matador de aluguel para ter uma vida digna aos olhos do capital. Sua esposa de vinte e poucos anos nao se anima de fazer nada na vida, espera por um bebê e lê revistas de fofoca enquanto sonha com a vida de atriz. Todos esses aspectos foram abordados em uma história secundária.

Entre um roubo de escravo e uma morte de aluguel vemos uma idéia muito boa se esvaindo. Se fosse um documentário? Se os desvios dessem em alguma coisa? Se ela não tivesse se corrompido no final alternativo para salvar sua pele? Se esquessecem a escravidão? Ou se o link com o presente fosse feito de outra forma?

Não sei da resposta de como se fazer um bom filme. Mas todo e qualquer ser humano sei reclamar muito bem do que foi feito.

***

cada vez menos, as mesas de bar me parecem reconfortantes. Em domicilio conjugal, Doinel e Chistine lêem na cama. Penso se um dia vou poder encontrar as pessoas ficar em silêncio o tempo que me parecer agradável.

***

Acho que queria escrever mais sobre bares, mas o assunto principal so me chegou ao fim do post e confirma minha especulação inicial de que escrevia sem ter porque. Fica pra próxima o real assunto principal.