30.12.10

Às vezes o mundo parece tão doido, que eu fico achando que só pode ser eu entendendo tudo errado.

28.12.10

Nunca terminei de entender o que a noite tem de tão triste, de tão só, de tão insone.
em mim.

14.12.10

Eu não consigo ver Gal velha, não posso escutar as versões de agora das música que cantou em Meu nome é Gal, e às vezes posso num ato meio masoquista. O insuportável está no muito que resta daquela Gal de 24 anos, nascida na Bahia, que todo dia procura(va) um amor para si; nessa nova senhora, que já não se apresenta mais no fim da canção, mas que provavelmente sabe muito mais sobre si.
Algo me diz que minha mesa branca vai ser maculada por uma gota de café preto.

1.12.10

Novas tecnologias: Precisava mandar o email pra um conhecido e não lembrava seu nome, tive que recorrer ao carômetro, mais conhecido como facebook. Meu medo era que ele tivesse mudado a foto de ontem pra hoje. Por aí, também tinha razão que disse que a escrita ia encurtar nossa mémoria antes de ampliar seu suporte. Pode ser que a minha esteja meu desregulada no que tem a ver com informações descartáveis. Se obviamente o nome deixa de ser essencial e pode ser mediado, tampoco chega a ser descartável, porque em uns 10% do dia ainda existe contato humano.

8.11.10

Urubus: são os que voam razante e devagar na parada de onibus depois de uma da manhã.
Na Argentina costumam ser preto com amarelo.

4.11.10

Saudade daqui

Sinto saudade de tudo que não viví e nas fotos está atestado. Sinto saudade é desse mundo desbotado da minha caixinha de fósforo, que vê tudo que eu afogada de realidades não pude ver.

Só pode ser a saudade que sente a alma que tem olhos de pinhole.

27.10.10

Veo una imagen mía, pero me acerco y no soy yo.
No estoy ahí reflejada.
Miro hacia afuera para distrairme, todos los dias.
Distraída me olvido que todo lo que veo, lo veo yo.
Distraída pregunto a vos por mi.
y te pongo atención como se pudieras vos, contestarme a mi.
Después me acuerdo, antes de volver a olvidarme, de preguntarme a mi:
- Esa imagen soy yo?

Me di cuenta, de la esquizofrenia de mi mirada,
que ve tambien desde donde no me reconozco.
Me traiciona mi propia camera.

17.10.10

Tem gente que ousa e assim lhe dá a permissão de ousar.

31.8.10

Por Lalinho

Meu pensamento é fluido. Tem forma e entonação determinadas pelo narrador com quem eu estiver enamorada. Quando casei com Henry Miller, além de tudo, me pensava em inglês. Não é que minha vida seja absorvida por mim em narração de romance. Mas ao mesmo tempo é. Eu vou discretamente me transformando em meu narrador, porque antes de poder narrar como ele tenho que escolher olhar assim como ele. Hoje eu vi a conversa da minha mãe com a costureira ao mesmo tempo que me contava sua conversa na voz de Lalinho que me tomou pelo braço, e me acompanhou nessas coisas todas de avião a noite passada, me ajudou a esquecer o medo que nem sei mais se tenho, mas que eu lembro que tinha. A lembrança contém. Essa mania complicou minha vida nos tempo em que eu andava por aí meio flertando com Platão, e às vezes minhas conversas de gtalk me saiam demasiado arrodeadas. Por outro lado, quando estava amigada de Cortazár, sempre comprava flores. Comprava flores, cuidava e viajava e elas morriam todas de uma vez.

Às vezes, acontece o mesmo com fotografia. Depois que fui ver Mapplethorpe passei umas 2 semanas cortando as fotos 1X1. Depois a situação ficou um pouco mais grave: comecei a compor em retângulo, imaginando que tinha um visor quadrado. Ai vinha o vento e levantava a poeira bem muito, eu nao via mais enquadre, nem fotômetro, nem mundo. Agora fico pensando se não deixo pra cortá-las em outra paixão.

Já com o cinema não. Nessas coisas de ver é muito dificil saber o que pode ser interpretação.

14.8.10

De todas as cores que tinham me encantado na manicure uma semana antes por sua fosforescência, nenhuma parecia um bom figurino pra volver a estos Aires. Dos laranjas passei aos vermelhos, dos vermelhos aos vinhos dos vinhos aos cinzas. Ainda sentia calor, e inverno já estava comigo.

Elisa, nao. Carrega o verão consigo.

6.8.10

A partir de amanha começo a envelhecer, até hoje eu estou crescendo.
PESADO.

16.7.10

Nunca se engane pensando que no Brasil vão dificultar mais a sua vida que em qualquer outro lugar. Hoje tive a rica experiencia de retirar o DNI, me custou 5hs e 15 min de passeios de uma ponta a outra de Buenos Aires a -2C.

Pra mim já nao serve, mas aí vão as dicas.
1. música: como vao te fazer ir mais ou menos 2 vezes em cada edificio, leve boa música e se imagine em uma linda caminhada.

2. mochila: como a raiva esquenta o corpo é bom levar a mochila pra guardar e tirar os cachecois a medida que a raiva vem e vai... como são muitas voltas, é bom tb pra nao sair perdendo as coisas no caminho.

3. livro: sempre que vc abre e começa a se empolgar com a historia, te chamam.

4. bebidas e comidas: sao mias caras aí mas vale a pena deixar pra comprar pq cada ida é um mini passeio e distrai.

2.7.10

retiro o ponto final e passo a reconsiderar.

E depois de negar a colher?


Sempre tive geladeira. Pelo menos que eu lembre. Que eu lembre, o leite, o queijo, a água e o sorvete ficavam na geladeira. Até o dia que não tive. Casa nova! Começamos a experimentar viver [numa cidade] sem geladeira bastante tímidos. Faziamos comida para o mesmo dia, depois começamos a deixar algumas pernoitarem, depois a ousadia se estendeu a queijos e em pouco tempo aos iogurtes. Não estragava. Aí, quando já nem fazia mais falta, chegou a geladeira e passou uns 3 dias sem nada dentro.

Não tive sempre internet, mas pelo menos desde os 15 tenho o habito de perder ou investir, isso depende do dia, horas e horas e horas diarias por aqui, que pra mim é um lugar. Faria hoje 1 mes e 5 dias que nao me dava o luxo de acessar de casa [por 3 semanas desse mes, sequer tinha casa]. Mas não completou, e esse post esta sendo escrito na minha cama. De nenhuma maneira diferente da geladeira: fecho a janela e vou ler o mesmo livro que me acompanhou nos últimos 35 dias.

Perdoname Cortaza, mas depois de negar a colher, se nega a negação da colher, ou seja, estamos de volta à situação inicial de não negar a colher. Pra mim que a dialética, no cotidiano, não passa de uma partida de ping pong.

29.6.10

EU NAO ESTOU TORCENDO PRA ARGENTINA!
e ponto final.

23.6.10

Estranhamentos

Esse é o post de cuatro meses e 5 dias. Acho que nunca fiquei tanto tempo longe de Natal, do calor, da familia e dos amigos queridos de sempre. O tempo vai pasando assim, sorrateiro, um dia outro outro.... E só assim, quando quase escrevo cuando, percebo que o tempo passou.

É meu primeiro post da vida de uma lanhouse. Odeio esses lugares. As telas estao sempre fora de foco. O homem coloca bom ar. Eu espiro. Tapo com a mao e volto a digitar. Sou forçada a pensar nos outros ciclos bom ar-mao-espirro que prescederam o meu propio.

É também meu primeiro inverno. Os casacos pesam, os braços ocupam mais espaço, os movimentos parecem mais curtos. Os cachecois caem. Caem o tempo todo, quando vc se baixa, quando tem que pegar moeda, quando vai ao banheiro, quando amarra o tennis. Pensei que era so comigo. Mas até as argentinas mais elegantes sao flagradas em desengonço por meus olhos que buscam cumplicidade.

As ferias se anuciam. E anunciam com elas novas fotografias.

30.4.10

Respondendo

Mientras respondía a los estímulos más pobres del medio, pero aún así estímulos, aún así legítimos, me encontré con Doyle que en una entrevista a CNN citó un poeta y pintor de los años 60 que dijo que se caminas en tu cuadra y no tiene 5 nuevas ideas no es artistas. A Doyle, le parece que el arte tiene que ver con las respuestas que uno dé al medio. El es un gran fotógrafo de cine totalmente autodidacta. Para Lucrecia Martel no importa mucho que uno estudie la carrera de cine para tenerla de profesión. Muy buenos artistas no consiguieron adentrar en las escuelas de arte, la mayoría de los grandes cineastas de hoy tampoco estudiaron esa carrera, y muchos de los que lo hicieron dicen no ser importante. Entonces, ¿qué propósito tendrían esas escuelas se a nadie parecen útiles? Además, ¿Cómo se piensa una escuela de arte, se aparentemente es imposible enseñar a uno a ser artista?

En la escuela, tenemos son algunos contenidos al comienzo de la carrera y muchos estímulos, de lo tipo más pobrecito, la compulsoriedad, al largo de cuatro o cinco años. Las cosas están arregladas muy sencillamente: lo haces, lo apruebas, no lo haces no apruebas, no apruebas, luego no recibes. El fin más final está puesto en el recibimiento. Pero, de que nos sirve recibir, se nadie selo puede dar el título de artista. Me ocurrió, ahí, que los estímulos eran así dados para que cuando saliéramos a la calle, supiéramos responder a estímulos de la vida. Quizás.

Creo que también intentando responder a eso, Edgar Moura, un otro director de fotografía, dijo que el aprendizaje de la técnica – que sí se puede dar en una escuela - , es realmente importante porque es la técnica lo que permite que uno ponga sus ideas, sus creaciones en el mondo. Aunque las ideas, aparentemente lo más importante, uno no pueda aprender a tenerlas en la escuela. Pero en esos lugares, dijo Moura, puedes convivir con gente que piensa sobre ideas y sobre excusión de imágenes y puedes hacer de eses pensamientos el centro de su mondo. Es decir que las ideas que están en los pasillos, servirían de estímulos, generando más y más ideas, generando proyectos, dando oportunidad para que los artistas se desarrollen, piensen su tiempo y propongan. Pero ¿qué es que se escucha de charlas en los pasillos? ¿De qué hablo yo? He tenido los últimos años de observación y auto observación. Hablamos mucho de las entregas, de alcohol, de música y fiestas, un poco de cine y un poco de sentimientos, y casi nada de vida. Pero voy a poner mis oídos más abiertos. A ver se descubro que en alguna parte los pasillos conducen ideas y no mediocridad. Acá son muchos estudiando cine. ¿Qué és que la gente lo siente mientras responde los estímulos de ese medio? ¿Qué a ella le hace sentir euforia? Qué sé yo…

Casi como se escuchara el camino por lo cual se iban mis pensamientos, Daniel Ponce que a me mi enseña de historia da arte y del desarrollo de la idea de belleza en el siglo XIX e XX, al final de la clase dijo: por eso que están acá – lo decía a nosotros sentados en las sillas – para buscarse como sujetos. Esa búsqueda me parece que está olvidada, no solo por los alumnos como también por los docentes. Muy pocos son los profesores que se toman el propósito de conducirnos en la búsqueda, de inquietarnos a cerca de la vida, de despertar esa euforia que genera ideas, que genera proyectos que genera vida para el artista. Ese tipo de estímulo es lo único que puede hacer con que nosotros, cuando salgamos a la calle, respondamos a la vida. El adiestramiento no resulta. Más que aprender la técnica, también a mi me importa aprender a ver más allá, a agigantar el mondo – el mío y no solo el mío. A pensar desde un lugar que no me ocurrió pensar hasta hoy. Así se abren los ojos a los estímulos de la calle.

13.4.10

Abobrinhas sobre Matrix

Apesar de todo o clima de porão de navio que tinha o mundo real, o diretor de fotografia conseguiu deixa-lo até atraente com o blush rosa. Incrível como apesar da carne mal passada, e das pessoas mal vestidas, as cores amarelas e a falta de contraste da Matrix, conseguem deixá-la atrás do que quer que se convencionou chamar mundo real nesse filme, digo isso sem pretenções de encontrar Morpheus... Cortaria Trinity dizendo "deixe-me dizer em que eu acredito", e todas as outras frases desse naipe, pra torná-la uma personagem mais interessante, aliás, todos eles poderiam ser menos mexicanos. Não só nas falas, mas também nas atuações. Mas valá, até ai é perdoável, Hollywood precisa mesmo é se libertar mesmo é dos beijos de ressureição. Aí, não dá.

6.4.10

Utopia e Barbarie [e letargia]

Não demorei muito a perceber que o filme não passava pelos montes de informação histórica dados a cada minuto. Não seria mais um documentário sobre as revoluções de 68, e também seria. Toda aquela conhecida, e exaustivamente explorada, história nos levava a outra história: de Silvio Tendler naquele e nesse mundo. O documentarista colocou-se a dificil missão de registrar em imagens seu processo pessoal de entender o mundo das utopias, o mesmo que se transformaria em mundo das barbaries a medida que os regimes iam caindo e sendo revelados. Revisamos o que Tendler, viu e viveu, sua reconstrução ideológica que parte da decepção de toda a geração que acreditou num mundo que nunca se fez.

Assim como fez Joao Moreira Salles, em Santiago, Tendler deixa o verdadeiro filme ir se revelando a partir dos offs que colocam os pensamentos dos diretores, que são além de narradores, os protagonistas da história. Uma alternativa interessante ao papel do narrador, que nos aproxima dos seus pensamentos. Seus pensamentos estavam em Dilma Rousseff, em Eduardo Galeano, em Pablo Neruda, em todos os que acreditaram. Assim, as entrevistas foram usadas com toda a delicadeza que é preciso se ter quando expõe a intimidade das pessoas. Não apelou, por exemplo, para o meloso [e brega] zoom nos olhos de quem contou do enterro de Pablo Neruda. Mostrou-nos a cena da multidão declamando a poesia do poeta que morreu de dor na alma, ao ver o chile tomado pelos militares. Por ai, já estavamos iniciados no tema do amor.

Tendo nascido em 1985, em uma família católica conservadora do nordeste brasileiro, fui me deparar com esses ideais bem longe de casa, e já tinha entendido muito dos sonhos desse tempo. Somente agora, no entanto, senti o tamanho da desilusão. E agora? E o que fazem os jovens de agora? O que amam os jovens de agora? Dinheiro? Somos de uma geração individualista, como o capitalismo precisa que sejamos. Mas o egoismo mata toda forma de amor. Assim como também toda forma de ideal.

Entendo o que a senhora que me levou ao ponto de taxi, enquanto me contava que militava até 20 horas por dia na sua juventude, espera de mim. Que eu tente, continue tentando. De alguma forma, que a velhice possa se alimentar numa juventude viva. Dizia-me que levaria seus filhos a verem a película.

5.4.10

wondering who you might be now.

19.3.10

Vinhos argentinos

MÊS 1

Liçoes de como escolher um bom vinho argentino:

1. O rótulo. Quase sempre é infalivel [apesar de que Sulivan, que precisava de um new desing...];

2. Malbec de Mendonza (mientras existir Mendonza), Cabernet Sauvingnon da Patagonia;

3. Observar as pessoas ao redor, nesse caso os mercados sao mais eficientes que os chinos. Nunca esqueça que os argentinos sabem mais que você.

4. nunca suncumbir à tentaçao de comprar Norton.
beba que passa!

17.3.10

Ensalada com aguacate II

A laranja daqui quase não tem azedo. Diria que carece de personalidade, o que resulta num suco aguado. Para piorar a situação das laranjas argentinas, o clima é ameno, exceto por um curtíssimo período do verão em que realmente as temperaturas sobem, sem calor ninguém vai desejar um suco de laranja gelado, e o de caixinha está sempre ao seu lado, no próximo quiosque.

Por outro lado, ao lado das laranjas nos mercadinhos chinos, e todos tem um chino ao lado de sua casa, estão os pêssegos. Vistosos, amarelo-avermelhado, aveludados pêssegos. Com um pouco de agua e sabão pode-se tirar a camada de asfato que ai se deposita durante um longo dia de exibição. Um tempo de geladeira, e ã primeira mordida as laranjas são memórias distantes com as quais não vale a pena gastar imaginação. Também estão as ameixas que, no clima que a elas lhes pertence, se transformam em outra coisa, que eu nunca tinha experimentado, e fica pra outro dia, que seja das ameixas.

16.3.10

Ensalada sin aguacate

Um a um, dos que tinham a tijelinha de salada naquele restaurante se levantaram. O primeiro subiu na mesa, o segundo,o terceiro... Baixaram as calças, num bunda lele complementado pelo tom alaranjado das luzes do lugar. Pegaram os pratos da salada sujos de maionese e arremeçaram a parede. Abotoaram as calças,se foram.

Nem precisava ser tão divertido assim. Só queria ter tido como voltar atrás quando dei a primeira garfada na ensalada Cesar del argentino. [Acabo de descobrir que nas receitas constam maionese, o que me faz sentir ainda mais burra]. Jurava que o molho continha parmesão. Só queria ter podido, salvar as pessoas que estavam do meu lado pedindo a mesma coisa, e nada tinha a fazer. Que pedido errado. Fiquei pensando depois, que um pedido provado é uma das coisas que não se tem como voltar atrás. É uma das poucas coisas que não se volta atrás. [Pensando bem, nao foi de todo culpa minha, no cardápio podia constar os ingredientes da salada].

Come agora, a ver que tem de sobremesa. Uma salada de frutas divina.

Resolução do dia: só comer fora de casa em ultimo caso.

14.3.10

Ensalada com aguacate

Já faz quase um mês que estou aqui, aprendi a colocar abacate na salada, e fica delicioso. Fico pensando por que não aprendi isso antes. Porque nós brasileiros nos sentimos tão a parte da América Latina, no máximo, guacamole. Não só não nos sentimos como não somos. Não existe de maneira nenhuma integração cultural, e isso não tem a ver só com o espanhol e o abacate salgado. Passa por toda uma questão de identificação, ou simplesmente de sentir-se, ainda que oficialmente diga-se que somos, e nós participemos de competições esportivas dessa região geográfica. Quando, em 2007, fiz um mochilão Peru-Bolívia-Chile-Argentina, tinha de alguma forma um sentimento de indignação ou mesmo de incompreensão com relação a essa falta de identificação dos outros brasileiros com o resto do continente. Sou outra brasileira agora. Nos faltou San Martin, faltou luta de independência, faltou o império inca e agora falta uma Plaza de armas em cada cidade e monumentos em homenagem a Simon Bolivar e San Martin. Somos um outro povo, temos uma outra história, não adianta, abacate não vai ser usado salgado.

Mas essa estória do abacate, me faz pensar que eu tou vivendo uma época meio verde da minha vida. Fui numa loja de coisas de casa pra comprar um tapete anti-derrapante, o mais bonito era o verde, depois disso, veio a esponja do banho, e a escovinha do pé, e por fim, o shampoo. Saindo banheiro, e voltando à cozinha, comprei o mate, panelinha e caneca verde. Pelas manhãs, faço uma busca dos espaços verdes da cidade, para planejar a tarde.

Falando em espaços verdes, tou tão animada com eles que quem vê pensa que eu já enfrentei algum inverno, e tou me despedindo do sol, pensando nas temperaturas que virão. Não tenho idéia do que me espera. Tou me preparando pra o primeiro outono de da minha vida. As estações tem isso de bom, você muda um pouco com cada uma que chega, e sente um pouco por cada uma que vai, de alguma forma, é como se fossem muitos anos-novos em um só ano. Da mesma forma, o verão coloca seu charme nas chuvas, basta uma manhã de chuva para valer a pena um esforço enorme pra aproveitar todos os próximos dias de sol, até você começa a querer chuva,e vem a chuva, e te lembra de novo do sol.

Dizem que o outono promete.

22.1.10

A cidade tem dois cinemas. Os dois tem a mesma programação!
Brilhante.

18.1.10

tempo

Acordou assim. Tudo doía e não conseguia mexer nenhuma parte do corpo, quando olhou pras mãos, estava presa a uma bigorna, que descansava no chão, e em seu descanço a impedia de se movimentar. Voltou a dormir, pensando que se fosse ferro, e se ainda tivesse perto ao mar, como estava antes de haver adormecido, alguma hora a ferrugem corroeria tudo, e ela poderia, então, pisar.