26.1.11

Deixo hoje o Rio Negro, que na verdade tem aguás translucidas e reflete o verde da vegetaçao que está a seu redor, deixo a familia de Ceci, a familia de Nancy, meu amiguinho Joaquim, deixo as bardas e as plantaçoes de maça. Me deixa muito inquieta pensar que Joaquim que tem 5 anos agora vai crescer bem rápido, e que quando/se eu encontre/ar ele outra vez vai estar grande e nao vai lembrar de mim, eu sim vou lembrar de Joaquim com 5 anos, na Patagonia, e ele vai se congelar com 5 anos, pra mim. Assim é também com todas as pessoas que me acolheram aqui, algumas vou lembrar muito, outras menos, mas inevitavelmente, cada uma vai ocupar outro lugar na minha vida que nao o desses dias. Isso importa, e isso nao importa. O que seja de novo em mim, sou eu misturada a o que escutei e vivi com elas. E me encanta lembrar que a vida é cheia de beleza assim.

7.1.11

Comecei a mexer no blogspot pra ajudar minha irmã e descobri as milhares de possibilidades de design fácil que se somaram ao blog, juntei isso ao clima de ano novo e LAYOUT novo... so nao consegui fujir do rosa, porque ai já me pareceu perder a identidade. haha.
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Hoje desarrumo a mala e arrumo uma mochila. Uma amiga sempre me falava que eu não conseguia passar um janeiro sem viajar, cê tinha toda razão, Ed. Parece que todo começo de ano, tem alguém me esperando em algum lugar do mundo pra me contar sobre o que eu tenho que prestar atenção esse ano.

Seu Babá já me disse muito, com essa história de ter cuidado com o não gostar de alguém. Vamos ver o que os ventos Patagônicos me ensinam sobre viver a vida.

3.1.11

Obrigada, Senhor.


Entre as paradas para para perguntar informação, e retornos errados, acho que levamos uma hora de Itaigara até a Ribeira. O caminho foi aumentado, pelo peso do medo da minha mãe de toda e qualquer coisa que apareça em cima de uma pista de asfalto. Iamos, no dia primeiro de janeiro, para Igreja de Boa Viagem onde a imagem de Nossa Senhora receberia a imagem do Bom Jesus no final da procissão pelo mar. Chamou minha atenção esse exotico, que provavelmente não teria me tirado de dentro de uma rede se eu estivesse em Natal.

A Ribeira estava cheia, não tinha por onde passar, por onde estacionar, por onde andar, nem como respirar. Um vovozinho bahiano, amável como toda a gente daqui, nos ajudou a sair de perto do banheiro público a beira do mar, para ir pra perto do corredor pelo qual passaria a procissão. Parei aí e fiquei esperando, pensando no ritual e me vigiando pra não me comover com nada: "Que absurdo tanta gente correndo atrás de um boneco de madei..." quando me interrompe uma senhora de linda alma dizendo emocionada: "Obrigado, senhor". Obrigado, Senhor - eu de volta ao presente, liberta de meu juizo.
Uma linda surpresa pra começar o ano.