16.7.10

Nunca se engane pensando que no Brasil vão dificultar mais a sua vida que em qualquer outro lugar. Hoje tive a rica experiencia de retirar o DNI, me custou 5hs e 15 min de passeios de uma ponta a outra de Buenos Aires a -2C.

Pra mim já nao serve, mas aí vão as dicas.
1. música: como vao te fazer ir mais ou menos 2 vezes em cada edificio, leve boa música e se imagine em uma linda caminhada.

2. mochila: como a raiva esquenta o corpo é bom levar a mochila pra guardar e tirar os cachecois a medida que a raiva vem e vai... como são muitas voltas, é bom tb pra nao sair perdendo as coisas no caminho.

3. livro: sempre que vc abre e começa a se empolgar com a historia, te chamam.

4. bebidas e comidas: sao mias caras aí mas vale a pena deixar pra comprar pq cada ida é um mini passeio e distrai.

2.7.10

retiro o ponto final e passo a reconsiderar.

E depois de negar a colher?


Sempre tive geladeira. Pelo menos que eu lembre. Que eu lembre, o leite, o queijo, a água e o sorvete ficavam na geladeira. Até o dia que não tive. Casa nova! Começamos a experimentar viver [numa cidade] sem geladeira bastante tímidos. Faziamos comida para o mesmo dia, depois começamos a deixar algumas pernoitarem, depois a ousadia se estendeu a queijos e em pouco tempo aos iogurtes. Não estragava. Aí, quando já nem fazia mais falta, chegou a geladeira e passou uns 3 dias sem nada dentro.

Não tive sempre internet, mas pelo menos desde os 15 tenho o habito de perder ou investir, isso depende do dia, horas e horas e horas diarias por aqui, que pra mim é um lugar. Faria hoje 1 mes e 5 dias que nao me dava o luxo de acessar de casa [por 3 semanas desse mes, sequer tinha casa]. Mas não completou, e esse post esta sendo escrito na minha cama. De nenhuma maneira diferente da geladeira: fecho a janela e vou ler o mesmo livro que me acompanhou nos últimos 35 dias.

Perdoname Cortaza, mas depois de negar a colher, se nega a negação da colher, ou seja, estamos de volta à situação inicial de não negar a colher. Pra mim que a dialética, no cotidiano, não passa de uma partida de ping pong.