15.6.11

Tem conversas que vão...

9.6.11

Tem dia que a gente acorda livre.

21.5.11

O obvio não é pensar no que está pra sentir e não sentir o que está pra pensar?

12.5.11

tem dia que só dá pra dormir, antes que piore.

6.4.11

A memória é tão gentil, que me surpreendi com o cheiro dos banheiros da UnB.

28.3.11

Perda da palavra

Pelo nosso acordo estava o acaso.
Veio o destino e mi hizo trampa.
Dei minha palavra, mas agora fiquei sem ela.
Agora não sei desde que lixeira posso restaurá-la.

26.3.11

Não, eu vou.

a mon lemon

Eu não gosto de voltar. Não é que Brasília seja especial, nem é por nada em específico, é que meu santo não bateu com o do verbo, porque o tempo da volta pode não ser tempo do novo. Se eu esqueço o óculos em casa, ele fica em casa e eu sigo, o mesmo vale pra o protetor solar e pra a maça do lanche da tarde. Não volto pra buscar nada, a menos que tenha esquecido o canivete ou a lanterna, e eu esqueço sempre. Nesse esquecer diário, banalizei e esgotei a pobre palavra voltar que quando foi usada por mim pelas primeiras vezes era pura, livre e tão equivalente a ir.

O verbo esquecer por sua vez pode ser intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto. Se eu puder ser sábia, uso o esquecer como intransitivo. Quebro as conexões e as pernas do verbo esquecer (de coisas), libertando por outro lado o verbo voltar, que nem vai ser paraíso nem o contrario disso. Aí, então, apesar da incomodidade da pergunta: você volta? E a resposta, talvez possa ser, tanto faz, mas prefiro ir.

23.3.11

ir e voltar

O verbo ir é continuo, tem a ver com seguIR. Quem vai, primeiro vai. O ir independe de voltar. Ir guarda em si surpresas e descobertas. Ir (ia dizer ao Japão, mas pareceu humor negro) pra Entre Ríos, ir pra La Plata, ir pra Acarí, não importa muito a pompa ou a familiaridade do destino, quando se diz ir existe o desconhecido, querido amigo desconhecido, ah. O pobre voltar, perde qualquer pompa porque prescinde de ir, não é como comer chocolate amargo pela primeira vez. Vou daqui, e volto pra lá. E o problema é esse maldito voltar.

16.3.11

Tales of my mere existence

I can't sleep. I can't sleep because I only have more 16 days in Buenos Aires. I'm spending the weekend out of the town, which means that I only have 12 days here. It's not that I'm drinking tones of coffee to keep myself awake, although I'm drinking coffee right now. I even try to sleep, I do try to sleep, but I feel that I'm wasting my time, and I get up and go back to work, just so in the next day I can go to the park because I've had my work done. I stay awake until I cant do anything anymore, and than I take a 4 hours nap. During the whole following day, I'm so fucking tired that I'd love to spend the afternoon sleeping. But I can't, cause this is the afternoon 15. I get up and put myself in front of the computer, I'll do everything very fast, just so I can go to the park soon. But it's already time to go back to classes again.


*sorry for my poor english.

14.3.11

Outra vez os dias começam a restar. Não consigo decidir se me planejo a longo prazo, e assim mato os dias. Ou se me planejo dia a dia, e assim mato as coisas. Talvez a ideia seja matar as coisas e com elas as obrigações inventadas.

27.2.11

16.2.11

Superstição

Sempre que eu saio andando por aí sem muito rumo penso que alguém está me levando pra algum lugar. Se não é o universo me empurrando de um lado, seria um objeto não identificado me puxando por outro. Nunca a teoria de que o universo esteja me empurrando tem sido suficientemente convincente, por outro lado, a de que um objeto me atrai por algum motivo em algum lugar do mundo me encanta. É como se eu saísse por aí buscando um encontro algo que eu não sei o que é, mas que me chama de algum lugar. É como se encontrar o que me chama, fosse encontrar um pouco de mim que estava perdido no mundo e precisa ser religado. É como se eu estivesse sentindo a música e entrando na dança.

É a mesma lógica das viagens de janeiro, em pequenas proporções. Ontem sai de casa para trocar o dinheiro do aluguel. Cheguei na casa de cambio e estava muito cara, como nunca troco muito dinheiro costumo trocar pelo preço que seja. Ontem não. A conversão de $4,16 me pareceu muito abusiva e resolvi ir em uma casa de cambio que costuma ser mais barata, também estimulada pelo fato de ser o último aluguel que pago aqui. Chegando a outra casa de cambio, já era tarde.

Para não perder a viagem virei pro lado e pensei, nunca entrei nessa galeria, vou entrar hoje, quando viro de lado estava uma livraria especializada em cinema que meu professor tinha falado semana passada. Pensei que não podia ser uma coincidência. Sorri e entrei.

Olhei tudo que era de cinema, olhei olhei olhei... e não encontrava quem me chamava. Porque a essa altura já estava segura de que não podia ser à toa que eu tivesse ido parar ali. Tendo essa certeza, comecei a investigar o foco de força que me atraía. Sentei para poder investigar com calma e de mais de perto. Quando me salta aos olhos HENRY MILLER, el Ojo Cosmológico. Pensei que não podia ter tanta sorte assim, era impossível que meu escritor preferido, ou um dos preferidos, tivesse escrito sobre cinema. Só podia ser ese Ojo quem me chamava. Folheei, vi que falava umas coisas sobre cinematógrafo mas não me detive, quando pensei que tinha me enganado, salta, ao fim do livro uma autobiografia. Começo a ler e o dono diz que tem que fechar por uns 10 minutos. Coloquei em cima da mesa e disse que voltaria.

Fui embora, fui embora antes que comprasse impulsivamente o livro. Era uma edição de capa dura, com páginas amarelas e uma letra bem mais agradável que das edições novas e baratas. Odeio que os sebos estejam se tornando lugares de comprar livros novos, feios e baratos, quero livros velhos, bonitos e baratos. Voltando ao assunto, hoje acordei pensando no livro, fui praticamente hipnotizada de volta ao lugar. Sentei e voltei a ler autobiografia dele, queria pelo menos chegar em Paris. Chego à ultima página do livro, ao último parágrafo, que mata o mistério do chamado.

Henry diz sem metáforas nem simbologias:

El noventa y nueve por ciento de lo que se escribe - y eso vale para todos los nuestros productos artisticos - deberia ser destruído.

Era a música de hoje.



6.2.11

Não há nada tão bom como tratar-se bem.

26.1.11

Deixo hoje o Rio Negro, que na verdade tem aguás translucidas e reflete o verde da vegetaçao que está a seu redor, deixo a familia de Ceci, a familia de Nancy, meu amiguinho Joaquim, deixo as bardas e as plantaçoes de maça. Me deixa muito inquieta pensar que Joaquim que tem 5 anos agora vai crescer bem rápido, e que quando/se eu encontre/ar ele outra vez vai estar grande e nao vai lembrar de mim, eu sim vou lembrar de Joaquim com 5 anos, na Patagonia, e ele vai se congelar com 5 anos, pra mim. Assim é também com todas as pessoas que me acolheram aqui, algumas vou lembrar muito, outras menos, mas inevitavelmente, cada uma vai ocupar outro lugar na minha vida que nao o desses dias. Isso importa, e isso nao importa. O que seja de novo em mim, sou eu misturada a o que escutei e vivi com elas. E me encanta lembrar que a vida é cheia de beleza assim.

7.1.11

Comecei a mexer no blogspot pra ajudar minha irmã e descobri as milhares de possibilidades de design fácil que se somaram ao blog, juntei isso ao clima de ano novo e LAYOUT novo... so nao consegui fujir do rosa, porque ai já me pareceu perder a identidade. haha.
---

Hoje desarrumo a mala e arrumo uma mochila. Uma amiga sempre me falava que eu não conseguia passar um janeiro sem viajar, cê tinha toda razão, Ed. Parece que todo começo de ano, tem alguém me esperando em algum lugar do mundo pra me contar sobre o que eu tenho que prestar atenção esse ano.

Seu Babá já me disse muito, com essa história de ter cuidado com o não gostar de alguém. Vamos ver o que os ventos Patagônicos me ensinam sobre viver a vida.

3.1.11

Obrigada, Senhor.


Entre as paradas para para perguntar informação, e retornos errados, acho que levamos uma hora de Itaigara até a Ribeira. O caminho foi aumentado, pelo peso do medo da minha mãe de toda e qualquer coisa que apareça em cima de uma pista de asfalto. Iamos, no dia primeiro de janeiro, para Igreja de Boa Viagem onde a imagem de Nossa Senhora receberia a imagem do Bom Jesus no final da procissão pelo mar. Chamou minha atenção esse exotico, que provavelmente não teria me tirado de dentro de uma rede se eu estivesse em Natal.

A Ribeira estava cheia, não tinha por onde passar, por onde estacionar, por onde andar, nem como respirar. Um vovozinho bahiano, amável como toda a gente daqui, nos ajudou a sair de perto do banheiro público a beira do mar, para ir pra perto do corredor pelo qual passaria a procissão. Parei aí e fiquei esperando, pensando no ritual e me vigiando pra não me comover com nada: "Que absurdo tanta gente correndo atrás de um boneco de madei..." quando me interrompe uma senhora de linda alma dizendo emocionada: "Obrigado, senhor". Obrigado, Senhor - eu de volta ao presente, liberta de meu juizo.
Uma linda surpresa pra começar o ano.