2.7.10

E depois de negar a colher?


Sempre tive geladeira. Pelo menos que eu lembre. Que eu lembre, o leite, o queijo, a água e o sorvete ficavam na geladeira. Até o dia que não tive. Casa nova! Começamos a experimentar viver [numa cidade] sem geladeira bastante tímidos. Faziamos comida para o mesmo dia, depois começamos a deixar algumas pernoitarem, depois a ousadia se estendeu a queijos e em pouco tempo aos iogurtes. Não estragava. Aí, quando já nem fazia mais falta, chegou a geladeira e passou uns 3 dias sem nada dentro.

Não tive sempre internet, mas pelo menos desde os 15 tenho o habito de perder ou investir, isso depende do dia, horas e horas e horas diarias por aqui, que pra mim é um lugar. Faria hoje 1 mes e 5 dias que nao me dava o luxo de acessar de casa [por 3 semanas desse mes, sequer tinha casa]. Mas não completou, e esse post esta sendo escrito na minha cama. De nenhuma maneira diferente da geladeira: fecho a janela e vou ler o mesmo livro que me acompanhou nos últimos 35 dias.

Perdoname Cortaza, mas depois de negar a colher, se nega a negação da colher, ou seja, estamos de volta à situação inicial de não negar a colher. Pra mim que a dialética, no cotidiano, não passa de uma partida de ping pong.

2 comentários:

Mariana do Vale disse...

Nao consigo comentar nada. Me encantei com os ovos!

Janine Moraes disse...

hahahaha! Mas depois que se nega a colher vc já poderá dizer aos seus filhos: quando eu era jovem.... hahahaha