26.11.08

mais verde na vida

Chovia na cidade e na parada em que eu esperava. O primeiro ônibus daria muita volta na cidade até chegar lá. Mas quis me molhar menos. Estava abafado, todas as janelas foram fechadas porque as pessoas preferem o mal-cheiro natural exalado pelos corpos do fim da tarde, a sentir umas gotas esparçadas de água molhando o rosto, e lembrando-nos a cada segundo que não temos o pleno controle da situação, nem teremos enquanto os céus forem abertos. De volta, de calor e de fedor se constituiu meu enjoou. Não comi a tarde, mas meu estômago estava cheio de qualquer coisa que ameaçava sair a qualquer momento.

Desci no Brasilia Shopping, (ou no museu da república, no congresso, não importa, porque Brasília não cheira a fim de tarde) não tomei quase nada de chuva. Pensei em aliviar meu enjôo com água antes do filme começar, porque a gente sempre pensa que ingerir alguma coisa resolve o problema até mesmo de estômago lotado.
- água, por favor, senhor.

As mãos cheias de verruga, que seguraram a minha água antes de mim, agitaram meu estômago, contribuindo para o enjôo.

Um deslize em meu olhar, me fez encontrar outro olhar. Esqueci as verrugas das mãos, enquanto o corpo que abrigava aquela alma, que se deixava amostra naquele olhar, se aproximava. Pude escolher desviar o olhar, mas quando as mãos saudáveis animadas por alma tão imunda me tocaram,

vomitei verde, dias e dias em pensamento e em sonho.

2 comentários:

Lili disse...

a literatura infantil é mto importante

mais, bem mais q a literatura 'adulta'

Lili disse...

sua vomitona

qse fui na tua casa ontem... mas qdo deu ja era mais de uma da manhã