31.12.09
novos ventos, novas casas
me deu um abraço,
bagunçou meu cabelo,
dançou minha roupa,
e me sorriu.
assim o vento me trouxe de volta pra casa.
7.12.09
3.12.09
2.12.09
28.11.09
27.11.09
11.11.09
4.11.09
2.11.09
boboca
.
.
.
...
e o relógio voa. E eu me sinto cada vez mais o coelho de Alice no país das Maravilhas.
31.10.09
22.10.09
21.10.09
Menos vírgulas e mais pontos.
Hoje perecebi que preciso é de um ponto final. De muitos pontos finais. Vírgulas são pausas curtas, bom mesmo é um ponto final para começar, literalmente, um NOVO PERÍODO.
18.10.09
repouso.
depois de um tempo com o pé imobilizado, voltou à mesma rua,mas como passou uns dias sem ir por lá, não sabia que a vigesima quinta pedra da calçada havia saido de lugar, pobre menina, pisou em falso e torceu o mesmo tornozelo. foi ao posto médico mais próximo. dessa vez colocaram gesso, e no atestado estavam mais alguns dias de cama. chorou 3 dias em cima cama, desesperou-se pensando que seria pra sempre assim, sempre que voltasse à rua torceria o pé outra vez, será que um dia não voltaria a andar? pensamentos pensamentos pensamentos.
tirou o gesso, andou com cuidado. Dessa vez foi um inesperado ponta-pé.
hoje é o dia que ela levanta da cama outra vez. não tem planos, de tão cedo, andar pelas ruas de lá.
17.10.09
15.10.09
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love"
http://www.youtube.com/watch?v=2_HXUhShhmY
acaso
10.10.09
à Cazuza
Seu andar leve da última noite de amor se alimentava da certeza do olhar do amado na janela.
O amado certamente se encantava vendo-lhe sorrir tranquila,
vendo em seu balançar, que era dele também, tudo que tinha pra contar de amor
Ela provocava-lhe com os sensuais pés descalços sob o céu nublado
Provocavam-se
A amada caminhava vestindo calcinha de bolinhas
pela rua sem transeuntes até chegar a fila do pão
sem disfarçar por um segundo a leveza do existir distraído
de quem inventou um amado e colocou na janela.
8.10.09
sim, Limão
sinto a liberdade patética de quem foje da rua, e adia compromissos
não há liberdade quando não se pula muros
não ha liberdade quando se pula
não há liberdade quando se vive.
É preciso finjir não saber do impossível
e continuar todos os dias a dança
e enquanto se dança é fácil esquecer como a música começou,
não saia da dança.
não pare de dançar.
esqueça-se, dance.
dane-se
Não pense em chegar em algum lugar,
não há lugar onde se chegar.
dane-se
Outro dia vão inventar uma cáspsula, cujo ingresso mediante ao pagamento de um ticket, nos dará acesso a uma quimica que nos fará sentir tudo isso que eu posso imaginar que imaginavam quando pela primeira vez usaram essa palavra. E certamente todos no gift shop entraram dizendo haverem sentido-se livres.
Deve existir outra liberdade
menos romantica do que cantam os andarilhos
deve ter outra, e certamente não será absoluta
ai mais uma vez estaremos prezos numa sala de dicotomias
Quando então começa a busca pelo absoluto, qualquer que seja.
7.10.09
todos os dias serão de busca até morrer?
não poderia ao menos uma vez ser ludibriada pela sensação de que encontrei alguma coisa?
Macabéa tomava aspirina
nunca resolveu.
fragmentada e superficial.
dispersa como a modernidade,
porque toda forma de concentração tras dor.
sou alergica a aspirina.
A ultima distração acabou, nao vivia, nessa não vida era possivel seguir em frente.
e agora? como faz pra esquecer o existir?
4.10.09
Adoro os dias...
cor-de-rosa, roxos ou amarelos
parecem querer fazer sorrir quem passa indiferente no mundo de concreto.
20.9.09
19.9.09
no café eram cinco mesas e cinco mulheres sozinhas
uma sentada num banco mais alto tomava coca-cola, tinha seus 40 anos
outra escolheu a mesa da passagem da porta e um livro
a segunda um expresso com espuminhas de leite e um belo colar
expresso seria por demais solidão
a da outra ponta, bebia um chá gelado com um folhado
os cabelos esvoaçados e prontos fariam qualquer um crer
que as mesas seriam ocupadas
Engano
. grande engano.
estavam demasiadamente cheias de sis
completas, até a ultima gota de toda solidão que cabe nessa cidade.
Tranquilas como a vista aérea da esplanada.
7.9.09
nauseas da anunciada primavera
quando se fala em tempo as medidas são absolutas?
ainda é ainda pra quem?
será que só não passa o meu aqui?
29.8.09
verdades de pau
as estórias já foram contadas...
todas
todas as venturas e desventuras da humanidade
todas as estorias de amor
todas as tristezas e injustiças incompreendidas
as regras são claras
quase tudo é matematico...
até as ciencias humanas tem um caminho
ver
é dificil ver mesmo assim
assim eu digo, com relação ao tanto de sol que temos
o sol ofusca incomoda nos faz desviar
quem poderia lidar com tanta responsabilidade sobre si?
quem poderia viver sem ter o senhor acaso para servir de álibi?
quero saber lidar com a simplicidade e a delicadeza de dia a dia aprender a amar
25.8.09
Angústia
voltar atrás é covardia ou soluçao?
23.8.09
21.8.09
em tempo de notinhas
vicio.
--
quando sair do planalto central nao vou esquecer do mal gosto do detergente dos corredores de prédio daqui... que cheiro de defunto!
---
perseguimos as perseguições?
15.8.09
e entendo todo mundo... mas me entendam só um pouquinho.
--
alguém sabe como se tirar ferias de si?
--
como se mede a vida?
O que você fez hoje?
ontem? nos ultimos 10 anos?
perdeu tempo
em que poderia amar
----
sao tantos pensamentos na tentaviva de solucionar 'si'
penso tudo, fico quieta
nao sei tirar ferias de mim.
12.8.09
3.8.09
metalinguagem barata
por qual vida se não a que existe?
existe a cadeira, a mesa
o computador e o som do teclar
e o amor
existe.
existe?
existe.
existe?
existe.
publicar postagem.
20.7.09
a marina (colasanti):
sonhando encontrar uma altura de onde possa olhar esse tudo
a fim de encontrar onde os poemas se escondem
e precisa disso tudo?
15.7.09
sacolas plásticas
dois limites do mesmo mundo
tudo dito sobre a mecanica nos olhos daquele mundo
já nos nós cegos das sacolas de plastico do mercado,
quem diria, está anunciada toda a calma que é preciso pra andar.
2.7.09
eu também sou míope
Em meio aos bambus o não
ou o vento?
O vento poderia ser mesmo uma assinatura dos que foram.
Vazio e vida preenchem aquele agora
Algumas pessoas engolem a vida e viram a própria incerteza
Será não percebem que invariavelmente são?
Não.
Porque é mais humano pensar no dia que não serão.
17.6.09
4.6.09
menino sagaz
3.6.09
31.5.09
[ela nao era amante nem de henry miller, nem era modelo de klimt]
deixe-me vê-los por favor
é uma troca justa
29.5.09
nunca sei muito bem a ordem das coisas
o quadro está antes na parede ou em mim?
nunca sei bem se um dia vou acabar de contar a estória que eu tenho contado desde que aprendi a contar estórias minhas
se é o que eu vejo, ou se ela vê em mim
ou mesmo se sou essa estória sem fim
nunca sei bem delimitar eu cabeça dentro ou fora.
Deve ser porque a alma tem outros limites
que não os das linhas da visão
27.5.09
a sepultura das cores
mas parece que tinha no olhar daquela menina.
cabia dentro do olho toda a cartela de cores da faber castell
onde foi parar?
no mundo.
não nesse imundo.
nesse aqui.
nem coloriu o desmundo nem tiveram mais cores os olhos dela.
contam que foi de tá em tá. que ,o que tinha, perdeu a cor e perdeu a graça.
26.5.09
sobre a vida II
Ela: acho que nem na infância existe liberdade.
Ele: como não? Você pode até desenhar sem saber, e fazer isso o dia todo, todos os dias.
Ela: Mas tem sempre alguém por perto corrigindo a cor do seu céu. E querendo analisar porque você não consegue fazer formas redondas, quadrangulares, coloridas, humanas...
Ele: mas como se sentir coagido se você não sabe que está sendo analisado.
Ela: Sabe
Ele: Não sabe. Se não, criança não desenhava.
Ela: Sabe. Fica sabendo na primeira vez que a mãe diz que o céu é azul. Mas qualquer coisa é melhor que não desenhar, e não brincar.
Ele: Talvez... você tenha razão.
Ela: Depois lentamente você vai aprendendo a pensar o que te mandarem pensar...E segue assim até o fim da vida.
Ele: Mas você não se sente livre caminhando no Paranoá as 2:30 da manhã?
Ela: sinto.
Ele: o que precisa mais?
Ela: Ser.
Ele: como?
Ela: não sei. Tentei aprender observando as crianças, mas acho que não funcionou. Tenho pensado muito sobre Miró. Em suas abstrações... e nas caminhadas de Henry Miller por Paris...
Ele: hm...
Ela: Daí pode sair talvez uma liberdade minha...
Ele: Mas você acha Miro livre em seu traço em sua busca naif? Acho ele livre quando subverte toda forma de pintura clássica mas... no momento seguinte ele se prende ao seu próprio estilo. As vezes me pergunto se ele se perdoou por ter sido sempre um pseudo-naif.
Ela: Vejo diferente. Pra mim ele quis esgotar as possibilidades daquele traço.
Ele: Não acho que exista liberdade depois da escola de Belas Artes ou morando em Paris sem passar fome. Melhor você pensar no Henry Miller.
Ela: É possível mesmo que não haja liberdade total e que ele esteja preso a um estilo, mas é livre no dizer.
Ele: acho que quando ele se deixa associar ao surrealismo ele se prende até no que dizer.
Ela: Mas você não lembra que está falando de um homem que na década de vinte pinta uma mancha azul num quadro e escreve: é a cor dos meus sonhos.
18.5.09
5.5.09
18.4.09
tempo
disseram assim.
tempo vazio, cabeça vazia.
ou nao?
tempo vazio, cabeça para amor?
manhãs de terças e quintas estão livres
[para procurar um amor]
...
manhãs para pensar no não amor
foi tudo que restou
16.4.09
sushi
o tempo [do outro]
quando se tem a vida, engole-se [] inteiro
]com a garganta bem aberta[
e pode rasgar como for
...
[a completude caótica sempre me parece a escolha]
12.4.09
a dor
[só pode]
pelo menos é manca.
pior seria se nao andasse, sim?
7.4.09
vitrines
não viam nem mesmo o vidro
que pregava a boca e a bochecha
e que com sua respiração embaçava
todos os dias passando por ali conversava com a boneca
que era sua enquanto estivesse parada brincando
fechava os olhos
podia tudo
ontem não estava mais lá
e ela chorou
tanto tanto tanto
ainda queria dormir abraçada com ela
31.3.09
bactérias catastróficas!
é fim de mês
amanhã é primeiro de abril
e depois de amanhã volta tudo ao normal
eu queria um pouco mais de tempo com mentiras ingênuas (opz!)
queria fugas inocentes da realidade
isso é quase tudo que sei sobre a modernidade.
29.3.09
pressentimento
girou as roupas e as amarras
a seda escorregou pelo cheiro de ameixa na sua pele
em seu tórax recebeu o vento frio
e sua garganta quase congelou
levando longe o cheiro do pescoço casto
frio... seus braços arrepiavam
deus
sobrou a verdade
26.3.09
como
sentindo devagarzinho pra que lado pender todo dia
pedindo a deus que te ajude,
desejando boa sorte a qualquer um
inteiro. onde esteja no que viva
pouco importa onde está ou o que vive...
porque o como roubou a cena
num mergulho de olhos fechados
com um delicado medo incomodando o coração
mas todo o resto do corpo te fazendo seguir
22.3.09
alivio
- você tem medo de que?
- agora? - perguntei para ganhar tempo, e eu sabia muito bem da resposta. enquanto me lamentava internamente, da insensibilidade alheia com um coração que abriga tantos medos.
- é!
resolvi responder e me livrar dos arrodeios: - de não me apaixonar nunca mais.
- eu também.
angústia compartilhada se converte em alívio.
não pense no elefante branco.
15.3.09
cebola ralada
7.3.09
5.3.09
sem festa
sei que não funciona assim o mercado das repúblicas. nosso amor ainda existe. mas lembrar disso... só
não parece suficiente
me traz ao invés de animo, uma melancolica nostalgia.
26.2.09
virou café sem leite
não precisa mecher
o ano vem vindo gelado
um microondas pode me salvar
jamais caberia uma vida
naquele pequeno compartimento
um pequeno agora
antes um armario para guardar outros pequenos agoras
que não sejam resistentes a microondas
encontro o problema
depois de pronto não se separa o café da água.
17.2.09
Que neste carnaval
jogue seu I-ching para o alto
ria muito
abrace conhecidos e sorria pros desconhecidos
comece amizades
respire fundo
sinta as cores
se embriague de mar
e retome forças pra 2009 andar!
7.2.09
26.1.09
21.1.09
feijões
depois um dia
depois uma semana
quando contei duas parecia um mês
quando era um mês parecia seis...
mas eu queria mesmo era esquecer de contar
20.1.09
18.1.09
parsagada minha!
e, estando, tuas cores se tornam pastéis.
mas, viva, a cada partida se refaz.
tem em parságada algum carinho bom,
braços pra abraço,
e no mesmo lugar, qualquer frio cortante
e, no mesmo coração, um tanto de vazio.
não, não tenha medo, querida,
ninguém te destruirá.
estará sempre para o próximo retorno
em que existiu ou existirá
sem as cores dos seus azulejo
e o vermelho do seu pôr-do-sol
não haveria motivo de continuar
para sempre viva parságada!
16.1.09
a grandes goles engoliu palavras
PESADAS
que quando chegavam ao estômago eram digeridas
se transformavam em letras isoladas
todas aquelas maiúsculas quando chegavam ao pulmão acabavam entupindo os microscópicos alvéolos pulmonares
primeiro ficou azul e depois roxa
boiando em pensamentos foi encontrada
a menina que imaginava demais
15.1.09
4.1.09
domingo
nem de assistir televisão,
nem muito menos de beber,
nem de livros, nem de filmes.
É vontade mesmo que passe essa vontade
de eu nem sei o que,
mas que só deve passar ao amanhecer.